quarta-feira, 17 de novembro de 2010

ENLOU-CRESÇA.


TER OU NÃO TER NAMORADO





Quem não tem namorado é alguém que tirou férias não remuneradas de si mesmo.Namorado é a mais difícil das conquistas. Difícil porque namorado de verdade é muito raro. Necessita de adivinhação, de pele, saliva, lágrima, nuvem, quindim, brisa ou filosofia. Paquera, gabiru, flerte, caso, transa, envolvimento, até paixão, é fácil.Mas namorado, mesmo, é muito difícil. Namorado não precisa ser o mais bonito, mas ser aquele a quem se quer proteger e quando se chega ao lado dele a gente treme, sua frio e quase desmaia pedindo proteção. A proteção não precisa ser parruda, decidida; ou bandoleira basta um olhar de compreensão ou mesmo de aflição.


Quem não tem namorado é quem não tem amor é quem não sabe o gosto de namorar. Há quem não sabe o gosto de namorar. Se você tem três pretendentes, dois paqueras, um envolvimento e dois amantes; mesmo assim pode não ter nenhum namorado.Não tem namorado quem não sabe o gosto de chuva, cinema sessão das duas, medo do pai, sanduíche de padaria ou drible no trabalho.Não tem namorado quem transa sem carinho, quem se acaricia sem vontade de virar sorvete ou lagartixa e quem ama sem alegria.


Não tem namorado quem faz pacto de amor apenas com a infelicidade. Namorar é fazer pactos com a felicidade ainda que rápida, escondida, fugidia ou impossível de durar.Não tem namorado quem não sabe o valor de mãos dadas; de carinho escondido na hora em que passa o filme; de flor catada no muro e entregue de repente; de poesia de Fernando Pessoa, Vinícius de Moraes ou Chico Buarque lida bem devagar; de gargalhada quando fala junto ou descobre meia rasgada; de ânsia enorme de viajar junto para a Escócia ou mesmo de metrô, bonde, nuvem, cavalo alado, tapete mágico ou foguete interplanetário.


Não tem namorado quem não gosta de dormir agarrado, de fazer cesta abraçado, fazer compra junto.Não tem namorado quem não gosta de falar do próprio amor, nem de ficar horas e horas olhando o mistério do outro dentro dos olhos dele, abobalhados de alegria pela lucidez do amor.Não tem namorado quem não redescobre a criança própria e a do amado e sai com ela para parques, fliperamas, beira - d'água, show do Milton Nascimento, bosques enluarados, ruas de sonhos ou musical da Metro.Não tem namorado quem não tem música secreta com ele, quem não dedica livros, quem não recorta artigos; quem gosta sem curtir; quem curte sem aprofundar.Não tem namorado quem nunca sentiu o gosto de ser lembrado de repente no fim de semana, na madrugada, ou meio-dia do dia de sol em plena praia cheia de rivais.Não tem namorado quem ama sem se dedicar; quem namora sem brincar; quem vive cheio de obrigações; quem faz sexo sem esperar o outro ir junto com ele.


Não tem namorado quem confunde solidão com ficar sozinho e em paz.Não tem namorado quem não fala sozinho, não ri de si mesmo e quem tem medo de ser afetivo.Se você não tem namorado porque não descobriu que o amor é alegre e você vive pesando duzentos quilos de grilos e medos, ponha a saia mais leve, aquela de chita e passeie de mãos dadas com o ar. Enfeite-se com margaridas e ternuras e escove a alma com leves fricções de esperança. De alma escovada e coração estouvado, saia do quintal de si mesmo e descubra o próprio jardim.


Acorde com gosto de caqui e sorria lírios para quem passe debaixo de sua janela. Ponha intenções de quermesse em seus olhos e beba licor de contos de fada. Ande como se o chão estivesse repleto de sons de flauta e do céu descesse uma névoa de borboletas, cada qual trazendo uma pérola falante a dizer frases sutis e palavras de galanteria.Se você não tem namorado é porque ainda não enlouqueceu aquele pouquinho necessário a fazer a vida parar e de repente parecer que faz sentido.


ENLOU-CRESÇA.
Artur da Távola

visita a Good Garden




Trilha em Bom Jardim - agreste de PE.


Estive estes dias visitando o agreste pernambucano, junto a dois alunos e amigos professores das universidades rural e federal de PE.

Precisamente estivemos em Bom Jardim e sua zona rural.

A cidade que na colonização, era cercada de pau d´arcos ( como este da foto) e por isto ganhou este nome...não os vimos como queríamos, mas os vimos em certas localidades e fica difícil nao elogiar a beleza da árvore.

Suas cores amarela, rosa e branca.


Fizemos paradas na Pedra do Navio, Pedra do Caboclo e Gruta de Lourdes.


A parada na Pedra do Navio e sua forma original nos chamou a atenção e para os que tiveram coragem de subir acima, a vista é linda e as fotos mais espetaculares ainda. O local tem pequena lanchonete, sorvete napolitano e lanches.


A parada na Pedra do Caboclo, causou sensação, não só pela forma das rochas imensas, mas por que o local tem algo de mágico e que vaza nas rochas, infelizmente o sítio arqueológico indígena não tem qualquer peça, outrora encontrada no local, para exposição e carece de limpeza e de placa indicativa.


A parada na Gruta de Lourdes foi realmente a mais gostosa de todas, com direito até a simulação de casamento entre os meus amigos visitantes.

O local está limpo, organizado, seguro e tem uma paz singular.


Tivemos tudo organizado por Cida Campos e Herbert Vieira, ligados a prefeitura e que nos receberam muito bem e com grande esmero. Infelizmente, a cidade não tem centro de organização turística e faltam recursos, mas o material humano tentou sanar as dificuldades e o passeio foi maravilhoso.